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Ano IV Número 14 Abril/Maio/Junho/2012 Revista feita por e para aquaristas amantes da natureza

Distribuição Gratuita Rio Baía Bonita Fertilização em Aquários Plantados Visita à Chácara Takeyoshi Pico Aquários


Dieta alemã para peixes de todas as nacionalidades.

Seus peixes podem ter uma alimentação de primeiro mundo. Divididas entre as linhas especial e premium, as rações oferecem alto valor nutricional para diferentes espécies. Além da melhor nutrição, diferenciais tornarão o aquarismo cada vez mais interessante e prático: grânulos que afundam a diferentes velocidades, eficiência na alimentação de todos os peixes e o exclusivo sistema click. Com ele, você disponibiliza a quantidade exata de alimento a ser oferecida aos peixes. JBL. Alemã por natureza.


CPA 2008

Editorial

Começamos falando diretamente àqueles aquaristas que vivem cuidando de suas plantinhas dentro dos aquários e acabam criando verdadeiras obras de arte para o aquapaisagismo brasileiro. Esperamos que em 2012 possamos ter a mesma qualidade das montagens passadas. E por falar no assunto, o CPA, Concurso Paranaense de Aquapaisagismo vai para a sua quinta edição e lembramos que as inscrições se encerrarão no dia 31 de Maio! Preparem suas câmeras e não deixem de participar, inclusive de outros concursos, como o IAPLC e o CBAP. Nesta edição teremos o início de alguns artigos que resolvemos produzir para mostrar aos hobbystas um pouco do paraíso que pode ser encontrado na região de Suzano, SP. Foi lá que encontramos amigos empresários que levam a sério o assunto aquarismo. São empresas com qualidade e profissionalismo, que possibilitam o acesso ao hobby, pois produzem com dedicação plantas e peixes. A nossa equipe esteve visitando a Chácara Takeyoshi, produtora de plantas aquáticas, a Piscicultura Wada, com variadas espécies de peixes, e a Piscicultura Tanabe, onde o destaque vai para as incríveis carpas selecionadas durante anos de trabalho. O primeiro artigo vocês já poderão curtir agora, conhecendo um pouco do trabalho do amigo Roberto Takeyoshi. Também trazemos, como costume, uma bela exInscrições até 31 de Maio pedição pelo Rio Baía Bonita, trazendo um pouco da beleza natural da Serra da Bodoquena. Poderemos aprender sobre fertilização de aquários planRegulamento e formulário de tados e já conferir como são os mini planInscrição somente pelo E-mail: tados. São ótimos artigos que recebemos concursoaqualon@gmail.com para essa edição, além das fichas de peixes e plantas que sempre disponibilizamos em nossa revista. Uma boa leitura a todos!

CPA 2009

CPA 2010

Sumário 4 - Expedição: Rio Baía Bonita Mauricio Xavier de Almeida

foto: Mauricio Xavier de Almeida

9 - Fertilização em Aquários Plantados Livio Nakano

Ilustração: Marc

13 - Galeria de Peixes Chantal Wagner Kornin & Cinthia Emerich

foto: Cinthia Emerich

16 - Galeria de Plantas Aquáticas Rony Suzuki

CPA 2011

CPA 2012

Revista Aqualon

foto: Rony Suzuki

18 - Visita à Chácara Takeyoshi

foto: Americo Guazzelli

24 - Pico Aquários Fabio Yoshida

foto: Fabio Yoshida

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Expedição realizada pela Aquamazon no

Rio Baía Bonita

Reportagem e Fotografia: Mauricio Xavier de Almeida: Empresa Aquamazon Cristina Midori Yamato: Engenheira Agrônoma 4

Localizado na serra da Bodoquena, em Bonito-MS, o rio Baía Bonita, também conhecido como Aquário Natural, é um paraíso sub-aquático repleto de plantas aquáticas e peixes. Para apreciar o rio é necessário apenas snorkel, máscara de mergulho e roupa de neoprene, pois a água é fria, tendo aproximadamente 22 °C. Ao entrar na água, chega-se a sentir arrepios de frio, que passam em questão de segundos quando se visualiza através da máscara um cenário deslumbrante. Para todo aquarista, a flutuação no rio Baía Bonita é indescritivelmente fantástica, como num sonho, pois se tem a sensação de estar em um aquário com milhões de litros, esculpido e plantado pela natureza. No decorrer da flutuação é possível interagir com os peixes, e a água é tão limpa que é como se estivesse voando sobre as plantas, acompanhado dos peixes. Um dos visuais mais incríveis que encontrei foi um imenso “carpete” de Echinodorus macrophyllus realizando a fotossíntese (01), como uma chuva inversa de oxigênio na água. O fenômeno ocorre pela forte incidência de luz e presença de CO2.

Foto 01 Revista Aqualon


As algas como cianobactérias e filamentosas, que tanto causam pavor entre os aquaristas, também são muito comuns no ambiente natural. Portanto, acredito que não devemos nos preocupar tanto quando as temos em pequenas quantidades em nossos aquários. É lógico que não podemos deixálas fora de controle. Na foto abaixo (07), filamentosa encontrada em alguns pontos do rio.

Continuando a flutuação, a cada cm² era possível observar uma explosão de vida, tanto vegetal quanto animal, em perfeita harmonia. Um peixe muito comum no aquarismo, o Mato-grosso (Hyphessobrycon eques), destacava-se pela forte coloração vermelha, intensificada pela luz solar e contrastada com o verde das plantas (02).

Foto 04 Em alguns pontos pode-se observar surgências (olhos d’água). (05)

Foto 07 Foto 02 Os cenários compostos por plantas e até mesmo troncos de Aroeira, algo comum na região, formam verdadeiros lay-outs naturais que pode Foto 05 servir de inspiração para várias montagens. Basta imaginar um tanque de vidro ao redor dos cenáEm alguns momentos da flutuação, visualizei rios registrados nas fotos. (03 e 04) enormes Corimbas (Prochilodus lineatus) se alimentando de frutos das árvores e algas presas nas folhas das plantas. (06)

Foto 03 Revista Aqualon

Foto 06

A Echinodorus macrophyllus é encontrada em grande quantidade (08), formando imensos “carpetes”. Elas se reproduzem por sementes, e em alguns pontos nota-se centenas delas lançando suas hastes florais (09) de 0,8 a 1,5 m para fora d’água (11) e exibindo sua bela floração branca (12). No detalhe, haste floral brotando (10).

Foto 08 5


Foto 10

Outra planta encontrada em grande quantidade é a Potamogeton illinoensis, que forma imensos “carpetes”. Na foto (13), é possível ter uma idéia da quantidade, sendo esta uma vegetação rasteira predominante. Detalhe da planta (14).

Foto 09

Foto 16

Foto 13

Foto 11

Foto 12 6

A Najas guadalupensis é Foto 14 encontrada em vários pontos, apresentando um tom avermelhado onde a incidência de luz solar é mais forte. (15) Outra planta encontrada em vários pontos é a Nymphaea gardneriana, que também apresenta parte de algumas folhas em tons avermelhados e, nos trechos com correnteza, apresenta-se sempre com flores e folhas submersas próximas ao solo. (16)

Foto 15

A Caracea (Chara fibrosa) é encontrada em vários locais, sendo que em determinados pontos dominam o espaço. Com a presença do sol, exibem um cenário literalmente brilhante pela liberação do oxigênio resultante da fotossíntese. Em detalhe (17). Cenário brilhante (18) Além da beleza submersa é possível apreciar centenas de outros animais em terra. Um exemplo é este belíssimo tucano que parecia pousar para fotografia. (19) Foto 17

Foto 18 Revista Aqualon


Transparência da água A transparência da água ocorre devido à localização da nascente, que está sobre rochas calcárias muito puras. Além disso, a ação conjunta da água e CO2, que dá origem ao ácido carbônico (H2CO3), diminui o pH da água, dissolFoto 19 vendo os minerais solúveis presentes no calcário. Origem calcária O calcário da região da Serra da Bodoquena tem origem do Oceano de Corumbá entre 550 e 570 milhões de anos. Espécies animais e vegetais encontrados no Rio Baía Bonita Plantas vasculares e Caráceas Peixes - Ludwigia major - Piraputanga (Brycon microlepis) - Ludwigia rigida - Curimba ou Corimbatá (Prochilodus lineatus) - Ludwigia peruviana - Mato-grosso (Hyphessobrycon eques) - Chara rusbyana - Corydora (Corydoras aeneus) - Chara fibrosa - Lambaris (espécies de Moenkhausia, Astyanax, Bryconops e Jupiaba) - Echinodorus macrophyllus - Cascudos (os gêneros Farlowella, Hypostomus e Ancistrus) - Erythrina speciosa - Acarás (espécies de Aequidens, Apistogramma e Laetacara) - Gomphrena elegans - Gymnocoronis spilanthoides Parâmetros físico-químicos da água - Najas guadalupensis PO4: <0.01 KH: 7 - potamogeton illinoensis FE++: 0 ppm GH: 11 - Thelypteris patens Temperatura: 22 °C pH: 7.2 - Nymphaea gardneriana CO2: 13 ppm - Polygonum acuminatum - Polygonum hydropiperoides Referência bibliográfica: - Heteranthera zosterifolia - Bacopa australis Guia para identificação de Campo Grande-MS 1999 - Hydrocotyle leucocephala plantas aquáticas de Bonito Autores: - Vernonia rubricaulis e região. Edna Scremin Dias Nos Jardins submersos da Vali Joana Pott Briófitas (musgos) Bodoquena. Regis Catarino da Hora - Leptodictyum riparium Editora: UFMS Paulo Robson de Souza

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Agradecimentos: Guia de turismo de Bonito-MS: Deividy Machado Xavier Revista Aqualon

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Revista Aqualon


FERTILIZAÇÃO EM AQUÁRIOS PLANTADOS Uma grande dificuldade quando se procura por informação a respeito, é que não há informação acadêmica sobre esse assunto, quando se diz respeito a plantas hidrófilas submersas. Há muita coisa sobre sistemas não-submersos, seja com substrato convencional ou mesmo hidroponia. Mas um sistema fechado cujo foco é o cultivo de plantas submersas tem particularidades que normalmente são ignoradas. Então, muita confusão e “desastres” acontecem por conta de conceitos que se aplicam a um tipo de sistema (emerso), mas que não seriam exatamente iguais, quando aplicadas em um aquário plantado. Todo artigo sobre fertilização costuma partir dos famosos NPK: Nitrogênio, P(Fósforo) e K Potássio, os assim chamados Macronutrientes, por serem componentes proporcionalmente mais importantes em uma planta. Só que, em qualquer sistema submerso, existem dois outros macronutrientes que se encontram limitados, por definição: O Oxigênio e o Carbono. Porque a maneira mais comum de serem metabolizados por uma planta é por absorção atmosférica, na forma de dois gases: O2 e CO2. Só que, embaixo da água, esses mesmos gases, ainda que sejam existentes, se encontram em concentrações muito abaixo da atmosférica, devendo ser adicionados de forma suplementar, no caso do CO2, ou monitorizados de forma indireta, e sempre serem lembrados no planejamento de um novo aquário, como no caso de sua oxigenação. Além desses fatores, podemos considerar também a própria iluminação suplementar como um fator que potencialmente pode fazer o bem (e crescer aquela linda moita vermelha) ou o mal (e resultar em surtos de algas). Para complicar ainda mais a coisa, um aquário, por mais extenso ou com maior volume que tenha, por melhor que seja a filtração, mesmo lagos, é quase sempre um sistema fechado. Revista Aqualon

Texto: Livio Nakano Ilustrações: Marc

Aqui, um gráfico de barras 3d mostrando os nutrientes (e suas quantidades) mais importantes para as plantas.

Aqui, uma situação ideal, quando o CO2, a luz e todos os nutrientes estão no seu auge, permitindo o crescimento vigoroso de todas as plantas.

Ou seja, a renovação da água é limitada e há acúmulo de detritos e subprodutos metabólicos na coluna de água. Outro fator muito importante, normalmente ignorado, é considerar o aquário como algo possível de ser milimétricamente controlável. Existem muitas variáveis onde o aquarista não vai ter muito controle, especialmente na microbiologia dele. É impossível selecionar exclusivamente organismos que nos interessem, sejam patógenos ou as odiadas algas. Por mais que se tenha cuidados de banhos, quarentena ou de antibióticos e luz ultravioleta, eles sempre estarão por lá, de preferência, em populações que não nos permitam detectá-los. Para somar com tudo isto, um aquário plantado é planejado para ser deliberadamente favorável para o desenvolvimento das plantas. Isto resulta no que se chama de sistema eutrófico, rico em nutrientes, muita biomassa, mas também com uma dinâmica complexa, especialmente para os assim chamados “aquários high-tech”. Não é à toa que o aquário plantado é considerado um dos de manutenção mais trabalhosa! Existe um aforismo, conhecido como “Lei dos Mínimos” (ou de Liebig), onde “A produção (ou o crescimento) está diretamente ligada à quantidade do menor nutriente à disposição da planta”. Num sistema emerso, isto pode deixar a planta estagnada. Mas num aquário plantado, a paralisia ou lentidão do metabolismo das plantas, quase sempre vai resultar em surtos de algas. Ilustrando isto de forma didática, podemos imaginar uma planta como uma “Loja Âncora” de um shopping e as algas como camelôs e ambulantes. Uma planta é capaz de ser muito mais eficaz no aproveitamento de nutrientes, mas depende de uma infraestrutura mínima de instalação e funcionamento. Já as algas, crescem onde quer que haja oportunidade e espaço, 9


• Mix de nutrientes quelatizados - 1 colher de sopa (15 ml ~9g) • Água - 300 ml. Nesta formulação original, o volume de nutrientes presentes por ml é: NO3 10,6mg, K 25,85 mg, Mg 7,17 e Fe aproximadamente 1,7mg (depende do mix utilizado)

havendo inclusive uma seleção de algas conforme o fator nutricional limitante (Petecas adoram concentrações baixas de CO2, Green-Spots aparecem na falta de fósforo (fosfatos), cianobactérias em deficiências de nitrogênio, só para citar alguns exemplos clássicos). Há alguns anos atrás, o usuário Marc, do fórum lusitano Aquariofilia on line, elaborou ilustrações belíssimas, que solicitei autorização para reproduzir. Para ajudar a equilibrar tudo isto de forma saudável, priorizando o crescimento das plantas em detrimento do das algas, foram elaborados diversos regimes de fertilização, muitos produtos comerciais, mas também, diversos sistemas customizados. Em 1996, Kevin C. Conlin e Paul L. Sears, dois aquaristas canadenses, em um artigo publicado em um grupo de discussões (Aquatic Plants internet mailing list), relataram a sua experiência para o desenvolvimento pleno das plantas e o controle das algas em aquários plantados, através da adição diária de uma fórmula balanceada de nutrientes. Como esta fórmula era obtida através da mistura de cada componente solúvel, obtidos em lojas de química, ela tinha a vantagem de ser preparada com menor custo quando comparada a produtos comerciais de grandes empresas, como a Dupla, Dennerle, Tropica e outras. Através de testes periódicos da concentração do Ferro e de Nitratos, eles ajustavam a dose dessa fórmula, que é administrada em gotas diariamente, daí o nome com que se popularizou (“Poor Man” Dupla Drops, ou PMDD) Basicamente se compõe de Nitrato e Potássio como macronutrientes, não utiliza o Fósforo, além de Magnésio, Enxofre e um mix de micronutrientes quelatizados. O preparo é facilitado por ter sua receita baseada em medidas de volume (colheres de chá ou de sopa), o que por outro lado torna as medidas de suas concentração bem menos precisas.

Aqui, uma representação gráfica desta “Lei dos Mínimos”, onde, no caso, há uma certa limitação no crescimento da biomassa das plantas por conta do potássio (porém, estando “quase equilibrado”, situação muito semelhante à de inúmeros plantados)

Posteriormente, os próprios autores divulgaram uma solução alternativa: • K2SO4 (Sulfato de Magnésio) - 2 colheres de sopa (10 ml ~ 14g) • KNO3 (Nitrato de potássio) - 1 colher de sopa (5 ml ~ 6g) • MgSO4-7H2O (Sulfato de magnésio hidratado) - 2,5 colheres de sopa (37,5 ml ~ 33g) • Mix de nutrientes quelatizados - 1 colher de sopa (15 ml ~9g) • Água - 500 ml. Que por sua vez apresentava por ml a seguinte quantidade de nutrientes: 19,13mg de NO3, 46,52mg de K, 2,87mg de Mg e 1,02mg de Fe. Proporcionalmente, portanto, mais nitrato e potássio (macronutrientes) e menos Fe e Mg. Para se calcular a dosagem presente em cada gota, basta que se divida a quantia presente em 1 ml por 20.

Edward (APC)– Perpetual Preservation System Outra alternativa para a administração diária de nutrientes, é o sistema desenvolvido por Edward e divulgado Aqui, luz e CO2 no máximo, mas sem nutrição, resultando pelo Forum Aquatic Plant Central, chamada de Perpetual Preservation System, ou em bom português, “Sistema de na paralização do crescimento das plantas. Preservação Perpétuo”. Fórmula: Inicialmente, utiliza-se uma dose diária de uma solução-padrão com os principais macro• K2SO4 (Sulfato de Potássio) - 2 colheres de chá (10 ml ~ 14g) nutrientes, contendo fosfato, nitrato e potássio. Conforme a indicação dos testes, essa solução • KNO3 (Nitrato de potássio) - 1 colher de chá (5 ml ~ 6g) pode ser substituída por uma solução sem fosfato ou uma solução sem nitrato. O potássio, • MgSO4-7H2O (Sulfato de magnésio hidratado) - 2,5 colheres de sopa (37,5 ml ~ 33g) além de raramente ser encontrado em excesso num aquário plantado, também não dispõe de

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Revista Aqualon


testes acessíveis para ser dosado. As outras duas soluções são de Sulfato de Magnésio e de Elementos-Traço (micronutrientes quelatizados), em geral utilizados semanalmente, ou caso ocorram sintomas de sua deficiência. O preparo de todas as soluções exige uma balança de precisão de pelo menos 100mg, o que se de um lado aumenta a exatidão das fórmulas, dificulta a manipulação do aquarista, que não costuma encontrar esse instrumento à sua disposição. Fórmula: Perpetual system – Solução padrão (NO3:PO4:K) 0,75:0,25:1,00 KNO3 20,38g KH2PO4 5,97g K2SO4 15,74g Água 500 ml Solução sem nitrato(NO3:PO4:K) 0,00:0,25:1,00 KNO3 0g KH2PO4 5,97g K2SO4 33,30g Água 500 ml Solução sem fosfato (NO3:PO4:K) 0,75:0,00:1,00 KNO3 20,38g KH2PO4 0,00g K2SO4 19,56g Água 500 ml Sulfato de magnésio MgSO4 16,9g Água 500 ml Elementos – traço Elementos traço 23,81g Água 500 ml

a. Se os níveis e a razão NO3:PO4 estiverem aceitáveis, mantenha a rotina ao longo da semana seguinte. b. Se os níveis se tornarem muito altos, reduza a quantidade da solução adicionada na semana seguinte. c. Se a razão estiver inadequada, interrompa a adição da solução-padrão, substituindo pela sem NO3 ou sem PO4, e tornando a testar ao término da semana seguinte. 3- A utilização dos elementos traço é indicada caso haja sintomas de deficiência de nutrientes, caracteristicamente, palidez de novos brotos. Tomando como princípio o fato de que diferentes aquários tem diferentes consumos de nutrientes, com necessidades variáveis de cada um, este método é composto de 5 soluçõesE nesta, como um único nutriente insuficiente pode limitar -padrão (sendo 3 de macronutrientes) cuja utilização é direciotodas as plantas. A famosa “Lei dos Mínimos”. nada através de testes periódicos, com obtenção da dosagem de fosfatos e nitratos. Tem a vantagem de permitir a customização para diferentes montagens, com diferentes necessidades de fertilização, e de se ajustar conforme diferentes “fases” de uma mesma montagem (com maior ou menor crescimento de plantas, variações sazonais de temperatura, variações da flora e da fauna). Pode ser útil também em situações onde trocas parciais volumosas sejam mais difíceis de serem feitas, como em aquários extra-grandes ou lagos durante um inverno mais rigoroso, por exemplo.

Utilização: 1- Teste a concentração de NO3 e PO4 2- Adicione a solução-padrão diariamente pelo período de uma semana, e ao término da mesma, repita os testes. Revista Aqualon

Tom Barr – Estimative Index (“índice de estimativa”) Tom Barr é um biólogo que se especializou em biologia aquática. Ele defende uma proposta bem diferente das propostas anteriores, com um sistema que não necessita de utilização de testes para determinar os nutrientes solúveis, sem abrir mão da utilização equilibrada dos mesmos. A partir da observação e experimentação, ele: • Determinou uma faixa ideal de concentração dos principais nutrientes para a utilização pelas plantas; • Verificou que os surtos de algas em aquários plantados estão intimamente relacionados com picos de produção de amônia (morte de animais, aumento da quantidade de alimento ou da biomassa do aquário, morte de plantas ou de suas folhas, diminuição da eficiência da filtragem biológica), muitas vezes ocorrendo mesmo quando esta ainda se encontra em níveis indetectáveis por testes; • Verificou uma certa imprecisão para a maioria dos testes encontrados para aquariofilia, por se basearem em colorímetros, que dão os resultados em faixas de “cor”, que estratificam seus resultados numa faixa muito larga para cada concentração. 11


A partir destas conclusões, ele desenvolveu um sistema que se baseia em atingir a faixa ótima de nutrientes para as plantas, com a administração de macronutrientes (PO4, NO3 e K) em quantidade suficiente para atingir essa concentração, independente da quantidade anteriormente presente no aquário, a cada troca parcial e repetindo essa dosagem a cada 2 dias. Nos dias entre as dosagens de macronutrientes, ele adiciona uma solução de micronutrientes (Ferro, principalmente). Os micronutrientes são adicionados em separado para evitar que formem soluções insolúveis, principalmente com o fosfato. Além disso, neste método, é fundamental a realização de trocas parciais semanais de grande volume, de 50 a 70% da água do aquário (é o “reset” do sistema), e que se mantenha iluminação intensa e CO2 em concentrações também otimizadas (20-30 ppm). Com isso, ele garante que nenhum nutriente seja fator limitante para o desenvolvimento das plantas. Mesmo que haja algum excedente, este não resulta em surtos de algas desde que se mantenha a amônia controlada, o que certamente acontece com a ajuda dessas trocas parciais volumosas e frequentes. Eventuais excessos de nutrientes são ajustados também nessas trocas parciais. É um dos sistemas onde se observa o desenvolvimento mais vigoroso das plantas, muitas vezes exigindo podas com muito mais frequência. Sugestão de concentrações-alvo (obs: ppm=partes por milhão, ou em outras palavras, mg/litro): CO2 entre 20-30 ppm NO3 entre 5-20 ppm K+ entre 10-30 ppm PO4 entre 0.4-1.5 ppm Fe 0.5 ppm Conclusões: Fertilização líquida é uma opção importante, que sempre deve ser parte de nosso “arsenal” de aquarista, a ser usado conforme indicado. Ao contrário do senso comum, muitas vezes, surtos de algas são debelados, controlados ou interrompidos, sem o uso de algicidas, e com a adição de nutrientes, sempre se procurando otimizar o crescimento de suas queridas macrófitas. E apesar de ser muitas vezes analisada de forma separada, é indissociável de outros parâmetros do aquário, tanto em relação à fertilização do substrato (saúde das raízes das plantas, biologia do substrato), mas igualmente, em relação à filtração (Ciclo do nitrogênio, ciclo do carbono e ciclo do oxigênio), à iluminação (intensidade de energia disponível para a fotossíntese no sistema), trocas parciais (controlando resíduos não-metabolizados pela biologia do aquário) e a injeção de CO2. 12

Rua Fernando de Noronha, 931 - Londrina - PR


fotos: Chantal Wagner Kornin

Peixes

Por: Chantal Wagner Kornin & Cinthia C. Emerich

Microdevario kubotai Nome Popular: Rásbora kubotai, Kubota’s Microrasbora, Neon Yellow Rasbora Família: Cyprinidae Origem: Ásia / Tailândia Tamanho: 2 a 2,5 cm Comportamento: São agitados e inquietos, nadam constantemente em pulinhos, procurando comida e perseguindo companheiros da mesma espécie. Gostam de estar sempre em grupos, por isso, o ideal é mantê-los em cardumes com grande quantidade de indivíduos. Preferem a parte superior e média do aquário. Agressividade: Peixe pacífico Manutenção: São encontrados em córregos de águas claras e ricas em oxigênio, então, a configuração do aquário tanto pode ser simples, com areia e poucas plantas, quanto um plantado. Temperatura: 22 a 26 ºC pH: 6.0 a 7.4 Alimentação: Onívoro / Aceita bem qualquer tipo de ração. Alimentos vivos como enquitréias, artêmias e daphnia devem ser oferecidos sempre, para manter a saúde e incentivar a reprodução. Recomenda-se ração específica para peixes pequenos, pois sua boca é diminuta. Dimorfismo Sexual: Difícil determinar. Fêmeas costumam ter o ventre maior, principalmente em época de reprodução.

Reprodução: Em um aquário específico com pouca iluminação e bastante plantas, como musgos, ou uma grade de proteção para os ovos no fundo. Aumentar um pouco a temperatura pode incentivar a desova. A proteção dos ovos com a grade ou plantas é importante pois são peixes disseminadores livres, ou seja, a fêmea libera os ovos na água para serem fertilizados pelo macho logo em seguida e caírem no substrato. Os pais comem os ovos e as crias, devem ser retirados do aquário logo após a desova. Os ovos eclodem entre 12 e 48 horas, os alevinos podem ser alimentados assim que consumirem o saco vitelino e começarem a nadar. Como são muito pequenos, o alimento ideal são infusórios, depois da primeira semana já podem comer algo maior, como náuplios de artêmia e microvermes. Outras Informações: Este pode ser considerado uma nova adição ao hobby, e ainda mais nova no Brasil. Primeiramente foi descrito como Microrasbora kubotai, mas recentemente, em 2009, decidiu-se adicioná-lo ao gênero Microdevario, por acreditarem ser mais próximo aos danios do que às rásboras. A localidade-tipo deste peixe, ou seja, o local onde foi coletado o espécime-tipo que baseou a descrição do peixe, é um riacho de águas claras na província de Ranong na Tailândia.

fotos: Cinthia Emerich

Kottekat, M. and K.E. Witte, 1999

Puntius padamya Kullander & Britz, 2008 Nome Popular: Barbo Odessa Família: Cyprinidae Origem: Ásia / Norte de Mianmar Tamanho: Aproximadamente 5 a 7 cm Comportamento: Cardumeiro Agressividade: Pacífico com os demais Manutenção: Cardumes, em aquários acima de 70 litros. Temperatura: 20 a 26 ºC pH: 6.4 a 7.4 Alimentação: Onívoro, aceita de tudo, complementar a ração semanalmente com alimentos vivos. Dimorfismo Sexual: O macho é ligeiramente menor, mais colorido, apresenta uma pequena modificação no primeiro raio da nadadeira anal que se assemelha ao formato de um gancho e o ventre é retilíneo. A fêmea é maior, cores um pouco mais pálidas e possui o ventre roliço, principalmente em época de desova.

Reprodução: Ovíparo, são considerados disseminadores livres, pois a fêmea libera os ovos e o macho nada em volta, fertilizando-os. Os ovos eclodem em 24 a 48 horas e após alguns dias os alevinos já consumiram o conteúdo do saco vitelino e começam a se alimentar de rações específicas para alevinos de ovíparos e alimentos vivos. Os pais não cuidam dos filhotes e podem, inclusive, encará-los como alimento. Outras informações: Uma belíssima aquisição para aquários plantados. Apareceu primeiro na cidade de Odessa (Ucrânia) e é daí que vem seu nome popular.

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Plantas aquáticas Por: Rony Suzuki

Flor

Folhas

Anubias barteri var. Nana

emersa

s

Schott var. nana (Engler) Crusio, 1979 Família: Araceae Origem: África Hábito: Aquática emergente Tamanho: 10 a 15 cm de altura Temperatura: 20 a 30 °C Inflorescência Iluminação: Fraca a moderada pH: 6 a 9 Manutenção: Fácil Crescimento: Lento Propagação: O melhor meio de propagação é através do corte do rizoma onde já tenha folhas e raízes, com cuidado para não cortar a planta ainda muito jovem. Espera-se o rizoma alcançar de 8 a 10 cm e ao menos umas 8 folhas. Plantio: Parte intermediária do aquário, ficando melhor se fixada em troncos ou rochas. A Anubias nana é uma das plantas mais fáceis de se usar em uma montagem, sua versatilidade é enorme. Eu gosto muito de usá-la presa entre os vãos das rochas ou troncos, o que gera um efeito sem igual. Em aquários plantados, onde a luz é bem intensa, corre o risco de suas folhas criarem algas com certa facilidade, isso se deve ao seu crescimento lento e, como possui folhas largas, ao acúmulo de sujeira nestas. É uma das plantas mais fáceis de se cultivar, não requerendo nenhum cuidado especial. Serve tanto para aquários pequenos, como grandes. Para plantá-la deve-se amarrá-la em uma pequena pedra ou tronco, que logo formará raiz, nunca se deve enterrar o rizoma no substrato, o que poderá matar a planta. É uma das pouquíssimas plantas aquáticas que podem gerar flores debaixo da água.

Vista por cima

Lagarosiphon madagascariensis Caspary (1881)

Família: Hydrocharitaceae Origem: África Hábito: Submersa fixa Tamanho: 20 a 40 cm de altura Temperatura: 24 a 28 °C Iluminação: Moderada a intensa pH: 6 a 8 Manutenção: Médio Crescimento: Rápido Propagação: Sua reprodução se dá através do corte e replantio do ramo. Plantio: Área intermediária e posterior do aquário. Recomenda-se plantá-la em molhos com 3 ramos e espaçamento de 3 cm entre eles. Planta muito bonita e delicada, quando sob condições ideais de luz e gás carbônico, ela se desenvolve rapidamente e suas folhas ficam mais alongadas e ligeiramente curvadas para baixo, o que gera um belíssimo efeito, principalmente se plantada em grupo. Planta ideal para a parte posterior do aquário, mas também pode ser usada como planta intermediária. Para isso, bastam podas periódicas.


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Vis ita à Chácar a

T A K E YOSHI

Texto e Fotos: Equipe Aqualon 18

Revista Aqualon


A equipe Aqualon foi até a cidade de Suzano, Grande São Paulo, realizar algumas matérias para a Revista. Tal localidade foi escolhida porque pode ser considerada como um verdadeiro paraíso para os aquaristas e quaisquer outros amantes da natureza. Ali estão localizadas empresas que produzem peixes e plantas para aquários e lagos. O tempo dispensado para tal passeio nunca é suficiente, pois as horas passam voando diante do que encontramos nesses locais. Chegamos à Estância Turística de Ribeirão Pires na sexta à noite, cansados da viagem e loucos para descansar e começar o dia seguinte com muita ansiedade, preocupados com a possibilidade de chuva. Pela manhã o clima estava ótimo e já pudemos ter contato com a natureza, acordando com o canto dos pássaros, uma vez que o hotel se encon-

tra em um local privilegiado. Encontramos na estrada o amigo Adriano Galvão que nos guiou até nossa primeira visita: Chácara Takeyoshi. Em seguida outros amigos chegaram para nos encontrar, uma vez que souberam de nossa visita. Foram tantas pessoas que tivemos que recorrer às fotos marcadas no Facebook pela turma. Ente eles, Renato Kuroki e Janaína, Ricardo Kobe, Sandro Rocha e esposa, Airton, Mirian, Carlos Souza e Willy.

De propriedade de Roberto Takeyoshi, teve o início de suas atividades em 2002 e produz plantas aquáticas para todo o país, atendendo na forma de atacado. Atualmente cultiva e distribui mais de 100 variedades de plantas aquáticas, tendo sua capacidade de produção mensal de até 10.000 vasos, ou seja, mudas produzidas em vasos em cultura hidropônica. Isto ocorre em uma estufa com 700 m², contendo 2 canteiros de 15 m para fase inicial, 18 de 15 m para

Amanhecer em Ribeirão Pires Revista Aqualon

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produção final e 10 de 10 m para manutenção de matrizes. Depois uma conversa com o proprietário para colocar os assuntos em dia, fomos para a estufa. Ficamos extasiados diante de tanta variedade de plantas e curiosos com o formato que algumas adquirem na forma emersa. Tiramos muitas fotos enquanto íamos pedindo que o Roberto identificasse as espécies mais diferentes para nós. Vendo toda a beleza e saúde das plantas cultivadas, não imaginamos que possa existir dificuldade nessa atividade. Takeyoshi nos confidencia, “A maior dificuldade é o próximo problema!” Explicando que surgem novos problemas a cada dia, como em toda empresa comercial, na forma de novos desafios. Outro fator

Plantas para carpetes cultivadas em bandejas 20

Fotografando uma belíssima flor de Nymphaea (ver detalhe)

negativo é a falta de informações técnicas inerentes às plantas e à própria técnica de cultivo, comparada ao cultivo hidropônico de hortaliças. A superação e o sucesso na atividade vieram com muita dedicação e trabalho, baseados no gosto pelo aquarismo adquirido na infância e sua formação. Roberto Takeyoshi só deixou de praticar o aquarismo durante o período de colégio e faculdade, retornando no momento em que iniciou o cultivo comercial de plantas aquáticas. Além dos aquários da Chácara, ainda possui um nano plantado em sua residência. Oceanólogo de formação, focou seus estudos com o objetivo de trabalhar com alguma espécie de cultivo, aproveitando a base que o curso oferece para lidar com ambientes aquáticos marinhos ou Revista Aqualon


dulcícolas. Takeyoshi destaca o apoio que teve de grandes mestres, como Luis Wada e Sr. Tanabe, na criação de Kinguios. Durante os 5 anos em que ficou nessa atividade, foi colhendo informações sobre as plantas que haviam no mercado e, sob influência do Sr. Antônio da Aquário do Brasil, despertou interesse por conhecê-las mais profundamente. Com o auxílio de seu pai, Agrônomo formado no Japão, desenvolveu a técnica de hidroponia Revista Aqualon

que utiliza em sua chácara. 95 % da produção se dá nesse sistema, ficando apenas as plantas exclusivamente aquáticas cultivadas na forma submersa. A produção de plantas aquáticas se diferencia um pouco da cultura hidropônica de hortaliças, com uma fórmula exclusiva devido à diferenciação dos parâmetros físico-químicos. Ao questionarmos se há dificuldade na identificação das plantas existentes no mercado, Roberto Takeyoshi explica que isso é complexo até para acadêmicos, que acabam alterando alguns nomes conforme ocorre o avanço do conhecimento científico. Outro fator que pode causar confusão nos nomes é que a maioria destas plantas possui alterações morfológicas, tanto na forma aquática quanto na terrestre. Traduzindo, explica que uma mesma planta pode se apresentar de forma diversa em cada

aquário, o que dificulta a identificação apenas através da imagem da folhagem. Grande incentivador do aquarismo, Takeyoshi apoia diversos eventos do hobby, como o Encontro de Aquaristas de Londrina (AQUALON), Encontro de Aquaristas de Baurú (EAB), Encontro de Aquarismo Alagoano (EAA), Encontro de Aquarismo da Zona Oeste do Rio de 21


e ficamos com estas palavras do amigo Roberto Takeyoshi: “As plantas não estão na natureza apenas para torná-la mais bonita, mas sim por que fazem parte de um equilíbrio”. Em um aquário com peixes, não é diferente. Importa se ela está lá saudável, oferecendo abrigo e maior equilíbrio ao ambiente do aquário. Muitos aquaristas já sabem disso e muito mais. Fazem dos peixes em harJaneiro (EAZO) e há dois anos vem participando também do CBAP, Concurso Brasileiro de Aquapaisagismo. Orgulha-se de poder participar do desenvolvimento do hobby junto a outras grandes empresas do mercado. A Chácara Takeyoshi prima pela qualidade das plantas produzidas até o momento final, o envio aos clientes. As plantas são selecionadas de acordo com os pedidos, folhas mortas ou amareladas são retiradas durante o trabalho de limpeza e, por fim, os vasos são embalados individualmente e acondicionados em caixas de papelão. Ao final de bons momentos admirando a beleza do cultivo de plantas aquáticas no sistema hidropônico, nos surpreendendo com cada detalhe das que conhecíamos apenas submersas em nossos aquários, agradecemos pela forma carinhosa com que fomos recebidos 22

monia com as plantas, troncos e rochas, uma obra de arte viva. O aquapaisagismo. Mas para quem ainda está começando com o primeiro aquário com peixes, é sempre importante lembrar das plantas também. Nem que elas apenas façam parte da dieta. Pois até para estes casos, existem plantas apropriadas.”

A equipe Aqualon com Roberto Takeyoshi

Revista Aqualon


Revista Aqualon

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Pico Aquários Ao final de 2005 e início de 2006, realizei duas montagens que pretendo apresentar-lhes e que ficaram muito famosas na internet, a primeira ficou conhecida como “Aquário Bulbo” e a segunda como “Aquário Tubo”. Essas montagens ficaram famosas pela inovação, aparente dificuldade de execução, e, claro, pelo resultado final muito agradável.

Esta foi uma montagem que sempre tive vontade de fazer, após ter aprendido a técnica de abertura de lâmpadas incandescentes pelo soquete, porém, as lâmpadas normalmente encontradas de 40, 60 ou mesmo 100 watts eram muito pequenas para execução, então, quando minha irmã conseguiu uma lâmpada de 250 watts, o projeto tornou-se viável por apresentar uma área útil interna muito boa e o formato tradicional de uma lâmpada. Para aqueles que estão curiosos, essas lâmpadas de 250 watts são aquelas utilizadas em refletores para mesas cirúrgicas, por isso não são muito comuns.

“Aquário Bulbo”

Nesta montagem, não utilizei camada fértil, pois tinha certo receio de não conseguir manter o controle, já que o tipo de ambiente é desconhecido e a quantidade de água é muito pequena. O que fiz então foi utilizar areia de filtro de piscina e uma planta que fosse menos exigente, de crescimento lento e aspecto agradável. A que melhor encaixou nesses requisitos foi a Anubia nana, e para mantê-la saudável realizava trocas parciais ou totais de água no mínimo uma vez por semana, pingando, algumas vezes, um pouco de Tetra Flora Pride.

Texto e fotos: Fabio Yoshida

Setup:

Aquário: Bulbo de uma lâmpada de 250 W. Dimensões: ~79 mm de diâmetro. Volume: ~250 ml. Substrato: areia de filtro de piscina. Fertilização: Tetra Flora Pride administrada esporadicamente. Iluminação: indireta, mas ministrada diretamente alguns dias por semana. Flora: Anubias nana 24

Algumas pessoas me perguntavam se teria como colocar algum habitante, mas, devido ao pequeno volume e a ínfima superfície de água em contato com o ar, seria praticamente impossível manter um animal vivo por muito tempo nesta montagem, cheguei a tentar pequenos caramujos (physias), porém, sem sucesso. Não sei precisar o tempo que esta montagem permaneceu, mas posso dizer que foi quase um ano, e neste período passou por surtos de algas marrons e cianobactérias, que neste caso, como o tamanho é pequeno e o layout simples, para combater as algas foi mais fácil desmontar, limpar e remontar a cada surto. Com o tempo, acabei desmontado definitivamente, porém, se mantivesse os cuidados é provável que pudesse mantê-lo por mais tempo. Revista Aqualon


“Aquário Tubo” Setup:

Aquário: Tubo para flor com suporte. Dimensões: cilíndrico 140x37 mm. Volume: ~150 ml (nominal). Substrato: areia de filtro de piscina. Fertilização: Tetra Flora Pride administrada esporadicamente. Iluminação: indireta (ao lado do meu aquário plantado). Flora: Lilaeopsis brasiliensis.

Esta montagem também surgiu de um comentário que fiz com minha irmã sobre uma idéia que tinha, então ela passando por uma loja de 1,99, deparou-se com este suporte para flor em forma de tubo de ensaio. Como o recipiente desta vez era mais alto e não queria repetir a mesma planta da montagem anterior, precisava achar uma que fosse menos exigente, de crescimento lento e folhas compridas. A que melhor encaixou nesses requisitos foi a Lilaeopsis brasiliensis. Também sem camada fértil, utilizei areia de filtro de piscina como substrato principal, outra diferença entre esta e a outra montagem é que nesta acabei colocando um hardscape, que nada mais foi que uma pequena pedra de mármore. Devido ao tamanho restrito, também não coloquei fauna e a manutenção eram trocas parciais ou totais no mínimo uma vez por semana. No intuito de manter as plantas saudáveis por mais tempo, ministrava esporadicamente gotas de Tetra Flora Pride. A montagem do tubo perdurou por menos tempo, devido a um descuido meu, em uma época de tempo seco a água acabou evaporando e matando as plantas, então, acabei por desmontar permanentemente. Essas duas montagens me trouxeram inesperadamente uma gratificação muito grande, pois até hoje circula pelos fóruns e blogs americanos, poloneses, árabes, vietnamitas, taiwaneses, venezuelanos, bolivianos etc. as fotos e comentários dessas montagens. E para minha grata surpresa, uma delas acabou se tornando capa de um livro sobre mini aquários e também a publicação das fotos na Tropical Fish Hobbyist Magazine.

Para aqueles que tem um projeto que considera inovador, inusitado ou até um pouco louco e que, comentando com amigos ou conhecidos, acaba sendo desestimulado por ser taxado de impossível ou loucura, digo que estude melhor, amadureça-o e execute, tendo um resultado positivo, publique nos fóruns, blogs e mídias sociais, pode ser que tenha um retorno tão agradável quanto eu tive com essas duas montagens.


A Revista Aqualon poderá ser baixada gratuitamente em arquivo PDF pela internet através do site www.aqualon.com.br ou através dos nossos parceiros que nos ajudam a divulgar o aquarismo. www.aquafloripa.com www.aquaflux.com.br www.aquahobby.com www.aquamazon.com.br www.aquaonline.com.br www.bettabrasil.com.br www.forumaquario.com.br www.hobbyland.bio.br/forum www.natureaqua.com.br www.sekaiscaping.com www.vitoriareef.com.br/forum/index.php http://xylema.blogspot.com/ Caso queira receber os exemplares impressos na comodidade de sua casa, basta se tornar um colaborador desta revista. O valor anual será de R$ 25,00, o que dará direito a 4 edições da revista. Caso haja interesse, entre em contato através do email: revistaaqualon@gmail.com


EXPEDIENTE:

Seja um Aquarista Consciente: * Não solte peixes, plantas ou qualquer outro animal aquático nos rios ou lagos. A soltura desses animais pode causar impactos ambientais muito sérios, prejudicando fauna e flora nativa!

* Não coloque juntas espécies de peixes de pH diferentes. Certamente uma delas será prejudicada, podendo adquirir doenças e contaminar todo o restante.

* Não superalimente os seus peixes, pois o excesso * Não inicie o hobby se não estiver disposto a dispensar os cuidados básicos que os peixes exigem. de alimento pode poluir a água do seu aquário. Com pouco tempo de dedicação obterá sucesso e * Não compre rações vendidas em saquinhos plás- isto se transformará em lazer. ticos transparentes. A luz retira todas as vitaminas e proteínas da ração. Estas também não possuem * Seja observador. É preciso conhecer o comportaprazo de validade. Procure comprar rações de boa mento dos habitantes de seu aquário para se anteciqualidade que você notará a diferença na saúde de par aos problemas que possam surgir. seus animais. * Lembre-se: Peixes são seres vivos e não merca* Não Superpovoe o aquário, pois o excesso de dorias que podem ser descartadas a qualquer mopeixes debilitará todo o sistema de filtragem do mento. Preserve a vida! aquário, podendo levar seus peixes à morte. * Finalizando, PESQUISE! Atualmente podemos * Não compre peixes que estejam em aquários usar a internet como uma forte aliada para alcançar que tenham peixes doentes ou mortos. Eles podem um aquarismo saudável e consciente. Temos vários transmitir doenças para todos os peixes que você já sites/fóruns que pregam a prática correta do aquarismo. Citaremos apenas alguns dos mais confiápossui em seu aquário. veis, em ordem alfabética: * Não compre peixes por impulso. Pesquise antes a respeito da espécie. Muitas podem ser incompa- www.aquaflux.com.br tíveis com o seu aquário, seja por agressividade, www.aquahobby.com www.aquaonline.com.br parâmetros da água ou tamanho do aquário. www.forumaquario.com.br Trigonostigma heteromorpha: Ricardo Borges

Revista Aqualon é uma publicação da Aqualon - Aquarismo em Londrina. Com distribuição gratuita, visa divulgar o aquarismo em todos os seus segmentos, desde os aquários propriamente ditos até os aspectos ecológicos que o hobby abrange. Editor: Rony Suzuki Coordenação: Americo Guazzelli e Rony Suzuki Projeto gráfico e diagramação: Evandro Romero e Rony Suzuki Periodicidade: Trimestral Tiragem: 2500 exemplares Revisão: Americo Guazzelli Fotografia: Americo Guazzelli, Chantal Wagner Kornin, Cinthia Emerich, Fabio Yoshida, Mauricio Xavier de Almeida, Ricardo Borges, Rony Suzuki. Ilustração: Marc Colaboraram nessa edição: Americo Guazzelli, Chantal Wagner Kornin, Cinthia Emerich, Cristina Midori Yamato, Fabio Yoshida, Livio Nakano, Mauricio Xavier de Almeida, Roberto Takeyoshi e Rony Suzuki. Para anunciar na revista: revistaaqualon@gmail.com (43) 3026 3273 - Rony Suzuki Colaborações e sugestões: Somente através do e-mail: revistaaqualon@gmail.com As matérias aqui publicadas são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião da Revista Aqualon. Não publicamos artigos pagos, apenas os cedidos gratuitamente para desenvolver o aquarismo. Permite-se a reprodução parcial ou total dos artigos e outros materiais divulgados na revista desde que seja solicitada sua utilização e mencionada a fonte.


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